No primeiro de dois textos sobre intervenções de política pública para atenuar ou reverter o aumento dos tempos de espera causado pela pandemia e pela interrupção da actividade assistencial não urgente entre Março e Maio no SNS, ocupei-me particularmente do lado da procura. Terminei-o
Nos últimos tempos muito se tem falado das repercussões desta pandemia na saúde mental. E aqui entra a questão do desemprego. Ora vejamos. No passado mês de junho, o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou as suas estimativas da taxa de desemprego para os meses de março e abr
Não há muita coisa boa que tenha vindo com este vírus, mas se há algo de positivo a ressalvar será sem dúvida o aumento da atenção para com a ciência. De um momento para o outro, políticos que usavam a opinião da sogra (literalmente) para implementar (ou não) políticas passaram a não
A Covid-19 tem tido um impacto devastador nos lares de idosos, tanto em Portugal como pelo mundo fora. Há poucos meses atrás, ainda antes de se poder adivinhar a dimensão que a Covid-19 tomaria nos lares de idosos, outras estruturas eram igualmente alvo de preocupações: as prisões. Se
Tem sido genericamente aceite que a mortalidade é o indicador mais relevante para analisar o impacto clínico da Covid-19. Nesta altura, em que o sucesso no combate à doença é utilizado como instrumento de política económica, é importante termos um indicador que não depende da estratég
Claude Chabrol, precursor do movimento Nouvelle Vague, disse: não há novas ondas, só mar. Vejo nisso uma metáfora para a situação, de transição quase inevitável de epidemia para endemia, que vivemos.
A pandemia e a situação de confinamento excecional que vivemos recentemente apanhou-nos a todos desprevenidos. Em março passado, de um dia para o outro, o mundo parou.
Proponho uma reflexão sobre a importância da solidariedade mundial e dentro das comunidades, sobretudo no que diz respeito ao desenvolvimento e administração de vacinas.
A COVID-19 trouxe alguma atenção aos lares de idosos —infelizmente não pelos melhores motivos—, o que me levou a notar (não pela primeira vez) que em Portugal, não sabemos rigorosamente nada sobre a qualidade dos cuidados e serviços prestados nesses estabelecimentos. Na verdade, no qu
É possível, com base em dados públicos, termos uma boa imagem das contas do Serviço Nacional de Saúde (SNS). A Figura 1 indica aquilo que se entende por “suborçamentação”: desde 2010, nunca o orçamento inicial foi suficiente para as despesas. Como assumir uma despesa não orçamentada?
A COVID-19 tem flagelado vidas, ameaçado a saúde pública, depauperado a economia. De acordo com previsões do Banco de Portugal, em 2020 o produto interno bruto português cairá 9,5%, naquela que será a maior contração da atividade económica do último século. O Governo português, numa t
As listas de espera para cirurgia programada têm sido um problema persistente no acesso à saúde em sistemas de saúde públicos, sistemas maioritariamente financiados com impostos. Com o surgimento da Covid-19, a capacidade hospitalar, que numa fase inicial se previa responder com muita