A iniciativa “Meet the Editors” que decorreu no dia 12 de outubro a 18.ª Conferência Nacional de Economia da Saúde (18.ª CNES), promovida pelo comité de investigadores em inicio de carreira (CIIC) da Associação Portuguesa da Economia da Saúde (APES), e membro da Early Career Comitte Europeu, acolhemos um painel de editores de renome nas áreas da economia e da economia da saúde.
Estiveram presentes Eleonora Fichera, da Universidade de Bath, Manuel Gomes, da University College London, e Luís F. Costa, do ISEG – Lisbon School of Economics and Management, apresentaram as suas revistas, partilharam dicas uteis e ofereceram perspetivas importantes sobre o panorama da publicação científica.
Durante esta sessão apelou-se à participação dos nossa audiência e num momento dinâmico questionou-se a plateia sobre uma série de indicadores de perspectiva relevantes à condução desta sessão.
A audiência, composta tanto por investigadores no início da sua carreira como por outros mais estabelecidos, refletiu a diversidade da comunidade académica, onde apenas 37% ainda não tinha tido a experiência de publicar um artigo científico, em contraste com mais de 20% que já contavam com mais de dez publicações. Este leque abrangente de experiências enriqueceu o debate, uma vez que alem de terem experiência de publicação, mais de 60% já tinham sido revisores de artigos científicos pelo menos uma vez.
Na auscultação do público sobre os principais critérios para escolher uma revista para submissão, destacaram-se o fator de impacto e classificação da revista, seguidos pelo âmbito do revista e o histórico de publicações anteriores, bem como a sua reputação e credibilidade. Curiosamente, a duração do processo de revisão por pares e a taxa de aceitação foram considerados menos influentes na decisão.
Durante a sessão, foram ainda abordados temas essenciais como as taxas de aceitação das revistas, que se revelaram bastante inferiores às perceções dos participantes, e a origem geográfica das submissões e leitores, notando-se uma preponderância de trabalhos provenientes da China, Europa, Austrália e EUA.
Para os autores, os editores destacaram a necessidade de que os artigos submetidos reflitam o melhor possível a integração destes com a literatura existente e a sua contribuição especifica, e que adicionalmente descrevam as implicações práticas na política de saúde. Igualmente, foi dada atenção às expectativas em relação aos revisores, sublinhando-se a importância de comentários construtivos e um alinhamento claro com as recomendações que são dadas por estes aos editores, realçando que a linguagem utilizada nas revisões é de grande importância para uma boa revisão. Simultaneamente, a informação transmitida aos editores deve ser o mais detalhada possível dada a dependência destas informações de qualidade para a tomada de decisão célere.
Um dos desafios mais discutidos prendeu-se com as divergentes normas de organização da informação e da formatação dos diversos jornais, uma preocupação expressa pela audiência, que apontou para o consumo excessivo de tempo decorrente da necessidade de adaptar artigos a diferentes estilos e formatos. A proposta de uma padronização entre revistas foi bem recebida pelos editores presentes.
Esta hora dedicada estabeleceu uma plataforma excelente para o diálogo entre investigadores, revisores e editores e permitiu aos investigadores menos experientes espreitar para dentro do mundo editorial e esclarecer as suas dúvidas durante o Q&A. De fora ficaram muitos outros temas interessantes sobre a temática da publicação de artigos, que seguramente teremos oportunidade de abordar em futuros eventos.
Fiquem atentos!