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Os “novos” conceitos que contaminaram os nossos dias de quarentena

31 Março, 2020
by Luís Filipe
APES #COVID19PT
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Com o aumento dos casos confirmados de COVID-19 na Europa foram diversos os conceitos que saltaram para a ribalta dos meios de comunicação e social media – curvas e contracurvas exponenciais e epidémicas, a imunidade de grupo, a fadiga de intervenção ou o distanciamento social.

Na avalanche de informação com que somos confrontados diariamente persiste a dúvida sobre as fontes mais fidedignas, como ponderar sobre as opiniões emitidas pelos peritos ou como interpretar os desenvolvimentos nos diferentes países. Face as estes desafios e para complementar a discussão em Portugal as editoras da Newsletter APES abordam alguns dos conceitos que tomaram grande relevância recentemente no discurso público. Para cada conceito sugerem blogs, artigos ou outras fontes internacionais que podem ajudar a compreender estes tópicos.  Este não é um apanhado exaustivo, tratam-se apenas sugestões de leitura que foram esclarecedores para nós.

A evidencia científica sobre o SARS-COV-2 e as suas consequencias é ainda limitada. Existe, contudo, uma miríade de investigadores dedicados a este tema nos últimos meses. Para acompanhar os working papers que estão a sair na área da economia da saúde sugerimos os seguintes fontes:  a seleção dos  Research Papers in Economics para Health Economics  @RePEc_NEP_HEA editada pelo Nicolas R. Ziebarth, Cornell University e os estudos do NBER para a actual pandemia.

Quando é que os Portugueses “repararam” no novo vírus?

Em Portugal o interesse neste vírus surgiu no início de janeiro e teve o seu pico de pesquisas a 12 de março, segundo dados do Google Trends. O índice de interesse por um determinado tópico ou termo do Google Trends é calculado através do número standardizado de pesquisas relativamente ao dia com maior volume de pesquisas nos últimos três meses no país selecionado.

As pesquisas dos portugueses por “pandemia” e “estado de emergência” reagiram à declaração de pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a 11/03/2020 e ao anúncio do Governo Português de 18 de março sobre o Estado de Emergência (Dec. do Presidente da República n.º 14-A/2020) respetivamente.

graf.1. Valor standardizado de pesquisas em Portugal sobre o coronavírus e os tópicos pandemia e estado de emergência nos últimos 3 meses.

Quando observamos as Google Trends para um conjunto de países Europeus observamos comportamentos semelhantes apenas desfasados no tempo para a Itália, o primeiro grande foco da infeção na Europa.


graf.2. Valor standardizado de pesquisas sobre o coronavírus nos países europeus selecionados nos últimos 3 meses.

Se as pesquisas online pelo termo  “coronavírus” têm vindo a diminuir, outros conceitos não param de surgir e cativar o interesse dos portugueses.

(1) Curva Epidémica (Epi Curve) #FlattenTheCurve

“A disseminação da COVID-19 não vai seguir uma curva exponencial - e erros graves podem resultar desta crença dos analistas. O número de novos casos aumenta rapidamente, atinge o pico, e depois diminui. Chama-se a curva epidemiológica. Não é uma teoria ou uma hipótese; ocorre todos os anos com a gripe sazonal. E foi o que aconteceu na China e na Coreia do Sul com o COVID-19”.

(Fonte:  It’s not exponential: An economist’s view of the epidemiological curve – tradução das editoras)


graf.3. Valor standardizado de pesquisas em Portugal pelo termo “Curva exponencial” nos últimos 3 meses .

Sugestão de leitura:

Seguir o número de casos confirmados ao dia tornou-se uma prática habitual para muitos de nós, assim como a leitura das previsões que proliferam sobre o número de casos futuros e as discussões sobre qual a melhor função ou modelo para fazer tais estimativas. A fonte que se segue discute a curva epidémica, e porque vai para além de uma função matemática. Discute ainda as curvas para a China e Coreia do Sul, exemplos que apesar de diferirem do caso Europeu representam a informação factual que está disponível atualmente.

  • It’s not exponential: An economist’s view of the epidemiological curve, Prof. Richard Baldwin, Geneva (12/03/20) 

 

(2) Imunidade de Grupo  #HerdImmunity

“Em países, regiões ou locais com elevadas coberturas vacinais a comunidade beneficia da chamada imunidade de grupo, isto é, quanto maior a proporção de pessoas vacinadas menor a circulação do micro-organismo causador da doença, com proteção indireta das pessoas não vacinadas. A imunidade de grupo confere proteção aos que não podem ser vacinados, por exemplo, por não terem atingido ainda a idade recomendada para a administração de vacinas.”

(Fonte: Direcção Geral de Saúde-Perguntas e Respostas sobre Vacinação)


graf.4. Valor standardizado de pesquisas em Portugal pelo tópico da imunidade de grupo nos últimos 3 meses.

Sugestão de leitura:

O conceito de imunidade de grupo apresentado acima refere-se ao contexto da vacinação. A discussão sobre as possibilidades de alcançar imunidade de grupo no contexto de COVID-19 acarreta muitas incertezas, como se pode concluir tanto da opinião de peritos individuais, como na tomada de posição das associações como a Sociedade Britânica de Imunologia.

  • Expert comments about herd immunity (13/03/20)
  • BSI open letter to Government on SARS-CoV-2 outbreak response  (14/03/20)

 

(3) Fadiga de intervenção #BehavioralFatigue

“Chama-se fadiga de intervenção à fadiga resultante da implementação de medidas que interagem contra a normalidade de comportamentos do dia-a-dia”

(Fonte: Direcção Geral de Saúde – Plano Nacional de Preparação e Resposta à Doença por novo coronavírus)


graf.5. Valor standardizado de pesquisas no mundo pelo termo “Behavioral fatigue” nos últimos 3 meses.

Sugestão de leitura:

A fadiga de intervenção tornou-se um tópico importante quando foi usado como justificação pelo governo do Reino Unido, e outros governos, para adiar a introdução de medidas de saúde pública mais rígidas para contenção da propagação da doença.

Alguns estudos, mas não todos, indicam que existe uma tendência para reduzir o uso de algumas medidas preventivas (como lavar as mãos, distanciamento social) à medida que a epidemia aumenta. Não nos tendo sido possível encontrar uma revisão da literatura sobre este assunto, deixamos um artigo de opinião que apresenta alguns resultados para surtos passados.

  • Do we suffer ‘behavioural fatigue’ for pandemic prevention measures?  (20/03/20)

 

Deixamos também a tomada de posição por um grupo de economistas comportamentais em resposta às medidas propostas pelo governo do Reino Unido no início de março, actualmente já alteradas.

  • Open letter to the UK Government regarding COVID-19 (16/03/20)

 

Acerca da forma como reagimos à informação e à incerteza na adaptação do nosso comportamento, este blog post do Prof Joan Costa-Font debate o nosso comportamento perante este tipo de riscos:

  • We only changed our behaviour when we saw Covid-19 at our doorstep

 

(4) Distanciamento social #SocialDistancing #stayhome

"O termo distanciamento social refere-se a esforços, através de uma variedade de meios, que tem como objetivo diminuir ou interromper a transmissão de COVID-19 num (sub-)grupo da população, através da minimização do contacto físico entre indivíduos potencialmente infectados e individuos saudáveis, ou entre grupos de população com taxas de transmissão elevadas e grupos com baixa ou nenhuma taxa de transmissão."

(fonte: ECDC report  – Considerations relating to social distancing measure, tradução pelas editoras)

graf.6. Valor standardizado de pesquisas no Google nos últimos 3 meses em Portugal por isolamento social.

Sugestão de leitura:

As várias medidas que têm tido efeito na nossa rotina fazem parte de uma estratégia de distanciamento social. Existe contudo, alguma inexatidão na utilização de termos como isolamento, quarentena, distanciamento, entre outros. A Tabela 1 do relatório do  Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC) é útil para esclarecer as várias medidas que fazem parte do distanciamento social, individuais e de grupo.

  • ECDC report  – Considerations relating to social distancing measure de 23/03/20

 

O conhecimento acerca da efetividade destas medidas é ainda limitado. Novamente, com base nos dados do primeiro epicentro deste surto, foi recentemente publicada uma análise sobre a forma como as restrições à mobilidade parecem ter mitigado a expansão de  COVID-19 na China:

  • The effect of human mobility and control measures on the COVID-19 epidemic in China (Kraemer et al., 2020, Science)

 

Por fim,  para a compreender que medidas restritivas foram adoptadas pelos vários países Europeus por forma a promover o distanciamento social, o relatório da agência europeia Frontex apresenta as restrições a 26 de Março:

  • Frontex news release – COVID-19 Restrictions

 

Francisca Vargas Lopes e Joana Pestana
Doutoranda na Erasmus University Rotterdam e Doutoranda na Nova School of Business and Economics, e editoras da newsletter APES

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