Muitos de nós estão habituados a usar as redes sociais na nossa vida pessoal, mas não tanto na nossa vida profissional como economistas da saúde. Este artigo conta a minha experiência com o Twitter, e como verdadeira economista da saúde, examina os seus custos e benefícios. Esta análise de custo-efetividade é pessoal, mas espero que te motive para investigares se o rácio de custo-benefício passa o teu limiar!
O Twitter é uma plataforma que permite aos subscritores partilharem informação na forma de um tweet. Um tweet pode ter até 280 caracteres incluindo espaços, fotos, vídeos, GIFs e links.
Vamos começar pelos benefícios.
O que me fez subscrever o Twitter foi manter-me a par sobre os novos artigos científicos na área da economia da saúde. A literatura tem aumentado a um passo fenomenal. Com o Twitter, e seguindo vários colegas e revistas científicas, tenho sabido de avanços nos métodos e nas suas aplicações. Por exemplo, soube deste artigo sobre como construir modelos coorte em R.
Our new @DARTHworkgroup tutorial on Markov models in #rstats is out as preprint! https://t.co/ZMHzw088AR Go check it out, learn how to implement time-constant and time-dependent Markov models, download the code from @github and modify it to create your own models! Link to repo 👇🏾
— Fernando Alarid-Escudero (@feralaes) January 23, 2020
Um benefício que não antecipei foi desenvolver os meus conhecimentos sobre outras áreas científicas relacionadas com economia da saúde, como epidemiologia, economia e estatística. Por exemplo, graças ao Twitter, aprendi sobre inferência causal, o que complementa imenso os meus conhecimentos de econometria.
Mas o Twitter oferece muito mais informação para a mente curiosa. Por exemplo, e só nesta semana, li sobre como fazer um sumário visual, que o Google lançou um site que lista 25 milhões de bases de dados disponíveis na internet, e que o Tribunal Europeu confirmou que a EMA pode publicar os documentos em que a autorização de mercado se baseia, tal como o relatório sobre o ensaio clínico.
O outro benefício do Twitter é poderes amplificar o teu perfil profissional. Há várias maneiras de o fazer. Se quiseres promover o teu artigo, podes simplesmente anunciar a sua publicação ao mundo. O nível acima é postares uma série de tweets que sumarizam o artigo – um “tweetorial”. Em baixo, está o meu primeiro tweetorial.
In sum:
We now know that strategies to prevent blood stream infection may be cost-effective – and we have a new model ready to test them!
Big thanks to all involved in the PREVAIL project 😀!
/END pic.twitter.com/K1iZKoE9y5
— Rita Faria (@RitaINdeFaria) January 15, 2020
Podes também interagir com a comunidade de economistas da saúde. Por exemplo, podes responder a um tweet postado por um colega, começando um diálogo com alguém que de outra maneira não terias a oportunidade de conhecer. E, quem sabe, estes diálogos podem evoluir em colaborações futuras.
Finalmente, o Twitter é ótimo para pedir opiniões e sugestões a colegas em economia da saúde e de outras áreas. Por exemplo, eu comecei há uns meses um projeto no Nepal e estava à procura de informação sobre como fazer a medição de produtividade em países em desenvolvimento. A minha pergunta foi vista 4,500 vezes e 5 pessoas responderam-me com sugestões muito úteis.
#econtwitter #Economics #globalhealth #CostEffectiveness #epitwitter Looking for advice on measures of productivity/wealth/poverty on an individual level in #LMIC to include in an RCT to inform an economic evaluation 😇
Thank you v much! https://t.co/KWQJXxc1Zd— Rita Faria (@RitaINdeFaria) January 12, 2020
E então os custos?
O tempo que demora a subscrever é mínimo. É só preciso um nome de utilizador (ou Twitter “handle”). O meu é essencialmente o meu nome: @RitaINdeFaria. Outros colegas são mais imaginativos. Por exemplo, o Andrew Briggs é @HEvigilante. Também convém incluir uma boa foto.
O passo seguinte é encontrar pessoas para seguir. Eu comecei por procurar colegas bem estabelecidos em economia da saúde (p.e.: Andrew Briggs, Mark Sculpher, etc.) e seguir as pessoas que eles estavam a seguir. Entretanto, criei uma lista de economistas da saúde no Twitter que estou sempre a atualizar à medida que mais pessoas subscrevem. A lista está disponível em:
A Twitter List by RitaINdeFaria
E claro, não te esqueças de me seguir de modo a eu te adicionar!
O custo maior é o tempo em que passas no Twitter no dia-a-dia. Se não passares tempo nenhum, não obténs os benefícios de estar inscrito. Se passares muito tempo, não fazes outras coisas mais importantes.
Lá está, é uma questão de estabelecer o equilíbrio entre o tempo que podes dar ao Twitter e os benefícios que obténs. Para mim, a diferença entre os benefícios e os custos é certamente positiva!
Rita Faria
Research Fellow – Centre for Health Economics – University of York